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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Relativamente ao acordo com a Troyka, José Sócrates esqueceu-se de informar os portugueses um dado muito importante. Quanto vamos pagar pelos 78 mil milhões de euros de que o país vai “beneficiar”?.
que segundo declarações de Joaquín Almunia, comissário europeu da Economia será acima dos 5%. 

Conhecido este valor – que José Sócrates, invocando que ainda não foi aprovado pelo ECOFIN, continua a classificar de não oficial – e ainda a informação em tempos adiantada por Poul Thomsen, o director do FMI responsável pela missão de resgate a Portugal, de que a taxa aquele organismo aplicaria variaria entre 3,25% e 4,25%[1], conforme o prazo, fácil se torna concluir quanto a famigerada ajuda financeira custará ao país, ou seja aos bolsos dos contribuintes, só em juros qualquer coisa como 29,5 mil milhões de euros ao longo dos treze anos que durará o empréstimo.

Cientes de que os prestamistas verão o capital emprestado aumentado em quase 40%, poderá restar qualquer tipo de dúvida sobre a qualidade da “ajuda”?


Mas para que não fiquem dúvidas eis em detalhe os passos dos cálculos que realizei: o desconhecimento de todos os pormenores do financiamento, nomeadamente os montantes e os prazos “negociados”, implica o recurso de algumas simplificações pelo que tomei como prazo médio do financiamento um período de sete anos (um pouco mais de metade do prazo total anunciado por Poul Thomsen: «Há um período de carência de três anos e depois há um período de devolução de cerca de 10 anos. No total são 13 anos»[2]) e taxas médias de 5,7%[3] para os 2/3 financiados pelo FEEF e BCE (o montante é um dado certo) e de 3,75% (média simples dos limites máximo e mínimo anunciados pelo FMI: 3,25% e 4,25%, respectivamente). Da aplicação das taxas de 5,7% e de 3,75% aos montantes financiados resulta um encargo anual de quase 4 mil milhões de euros, número que multiplicado pelos 7,5 anos de duração média do financiamento resulta nos 29,5 mil milhões de euros já referidos.

Este é o preço a pagar pelos bons amigos que temos... e dos quais não nos veremos livres se no próximo dia 5 de junho voltarmos a votar em qualquer um dos três partidos (PS, PSD e CDS) que apressada e alegremente se prontificaram a tão generosamente remunerarem os nossos “salvadores”[4], que, recordo, são nem mais nem menos que os mesmos agentes (bancos, seguradoras e fundos de investimento) que depois de se financiarem à taxa de 1% (agora 1,25%) junto do BCE, de alavancarem esse financiamento (vejam o funcionamento do mecanismo no “post” «TENHAM FÉ... MAS PREPAREM-SE PARA O PIOR») e de financiarem os estados a taxas francamente superiores, ainda se lançam em manobras especulativas contra as dívidas desses mesmos estados.

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