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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

pensamento do dia

"Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso."
Einstein , Albert

Alergias de Outono

A Primavera e o Outono são as estações do ano mais propensas a alergias respiratórias (rinite alérgica).
No Outono as alergias surgem essencialmente devido às casas serem menos arejadas, haver mais mofo, humidade e pó. As casas menos arejadas e a diminuição da força do sol, facilita a multiplicação dos ácaros (animais microscópicos que desencadeiam alergias) e o surgimento do mofo.
Os sinais e sintomas da alergia respiratória podem ser confundidos com os da constipação ou gripe, nomeadamente congestão nasal, secreções nasais constantes, espirros, prurido (comichão) nos olhos, nariz, garganta e céu-da-boca, cefaleias (dor de cabeça) e mal-estar geral.

Nesta altura do ano é aconselhável:
 

- Arejar o mais possível a casa, colocar os colchões ao sol, aspirá-los frequentemente e colocar uma protecção nos colchões e almofadas.
- Limpar o pó mais vezes e retirar humidades das paredes e móveis.
- Evitar cobertores e casacos de lã, ou lavá-los sempre que possam ser secos ao sol.
- Usar aparelhos que esterilizem o ar e matem os ácaros (acaricidas).

As pessoas que têm rinite alérgica, são medicadas pelo médico para controlar os sintomas. Se os sintomas piorarem, devem consultar o médico porque pode ser necessário um reajuste da medicação ou alterar algum dos medicamentos. Pode ser necessário fazer medicação antes da chegada da Primavera e Outono, para controlarem melhor a alergia.


 

Nova geração de dirigíveis vai cruzar os céus a partir de 2014

Empresa britânica Hybrid Air Vehicles aposta no baixo custo do transporte

Os dirigíveis vão transportar produtos em zonas geladas
Os dirigíveis vão transportar produtos em zonas geladas
A partir de 2014 vão poder voltar a ver-se nos céus aeronaves dirigíveis. Tal como os zeppelins das primeiras décadas do século XX, e outros dirigíveis, os novos aeronaves que estão a ser concebidas pela companhia Hybrid Air Vehicles (HAV) têm como princípio básico utilizar gás mais leve do que o ar.
A capacidade técnica para se mover em espaços onde transportes convencionais têm problemas é a mais-valia destes HAV. A nova geração de aeróstatos será utilizada em zonas geladas para o transporte de produtos a custos relativamente baixos.
Depois de terem feito sucesso e provocado admiração nas primeiras décadas do século XX, a insegurança do transporte votou-o ao esquecimento. Passaram a ser utilizados somente para fins publicitários ou para investigações científicas.
Estes veículos modernos utilizam o princípio híbrido, ou seja, tanto a aerodinâmica como a tecnologia “mais leve do que o ar” para gerar a sustentação. Aproximadamente 60 por cento da elevação é aerostática (sustentabilidade a hélio). A restante percentagem é aerodinâmica, gerada a partir do formato do veículo
Além da vantagem de poder dirigir-se para pontos geográficos difíceis, estas aeronaves têm também o factor económico do seu lado. Os custos de viagem por terra ou a contratação de voos são geralmente muito altos.
A empresa britânica propõe criar um sistema de voo barato e prático utilizando dirigíveis que podem transportar até 50 toneladas de peso a um quarto de custo dos meios convencionais.
Zonas geladas de exploração de minérios como a Gronelândia, o Canadá ou a Sibéria já se mostraram interessadas no projecto.

Cientistas descobrem planeta com dois sóis

Chamam-lhe Kepler-16b e está a 200 anos-luz da Terra

O planeta descoberto é parecido com o Tatooine da “Guerra das Estrelas”
O planeta descoberto é parecido com o Tatooine da “Guerra das Estrelas”
Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção. Ou não. Astrónomos da NASA acabam de descobrir o que até agora só existia na saga de filmes “Guerra das Estrelas”: um planeta com dois sóis.

Este exoplaneta que gira em torno de dois sóis foi chamado de Kepler-16b e localiza-se a 200 anos-luz da Terra.
O Kepler-16b tem uma massa de quase um terço da de Júpiter e um raio correspondente a 75 por cento deste planeta, o maior do Sistema Solar. Possui uma dimensão e uma massa semelhantes a Saturno e orbita os dois sóis em 229 dias, a uma distância média de 104,6 milhões de quilómetros.

Até hoje, um planeta como este apenas existia na “Guerra das Estrelas” com o planeta Tatooine, coberto de desertos e povoado de espécies indígenas como os ‘homens das areias’.

Mas, ao contrário deste planeta, o Kepler-16b é frio e gasoso, pelo que os astrónomos norte-americanos excluem a possibilidade de lá existir vida. Os dois sóis são estrelas mais pequenas e quentes do que o Sol, o que faz com que a temperatura seja à superfície entre 73 e 101 graus negativos.

Saiba tratar da diabetes

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) lançou ontem um livro que pretende ajudar as pessoas que acabam de saber que têm diabetes a realizarem o seu próprio tratamento.

«A Diabetes na sua mão – agora que descobriu que tem diabetes do tipo 2» é um livro de Francisco Sobral do Rosário, Maria João Afonso e José Manuel Boavida. É editado pela Gradiva e dirigido ao público em geral.

Este livro procura “comunicar de uma forma directa” e em “linguagem facilmente compreensível” tudo o que rodeia a diabetes, explica Francisco Sobral do Rosário ao Ciência Hoje.

Assim, tendo em conta receios e mitos relacionados com a diabetes, tenta “responder de uma forma clara e acessível” às dúvidas dos leitores.

A ideia de realizar a obra partiu das sessões realizadas na APDP e orientadas por Francisco Sobral do Rosário para pessoas com diabetes tipo 2. Estas consistem num “diálogo franco” entre profissionais de saúde, pessoas com esta doença e familiares.

Outra razão prendeu-se com a “inexistência de um livro dirigido ao público em geral” sobre este assunto, explica o autor.

Passagem do cometa Elenin não será catastrófica

A passagem do Cometa Elenin "perto" da Terra e o fenómeno na Internet de que “algo catastrófico” pode acontecer no planeta em breve levou a NASA a lançar recentemente um comunicado intitulado «Cometa Elenin não ameaça Terra». Terramotos, furacões, tsunamis, chuva de meteoros, construção de abrigos subterrâneos na Rússia, compra de kit´s de sobrevivência ou comparações ao hipotético Planeta X são algumas das informações veiculadas na Internet relacionadas com a passagem do cometa.

Segundo cálculos da NASA, o Elenin – detectado a 10 de Dezembro de 2010 por Leonid Elenin (Lyubertsy, Rússia) e cujo nome científico é C/2010 X1 – atingirá a máxima aproximação do nosso planeta no próximo dia 16 de Outubro. “O que posso dizer para já é que não há perigo algum, porque vai passar muito longe”, disse o investigador Nuno Peixinho, do Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra e do Centro de Física Computacional.

O cientista português refere ainda que não irá tapar o sol, já que para o conseguir teria de estar a 400 quilómetros de distância da Terra e aquele corpo celeste vai passar a uma distância de 35 milhões de quilómetros, o que equivale quase cem vezes a distância da Terra à Lua.

“Seria a mesma coisa que um mosquito passar entre nós e o sol, não o vemos”, exemplifica o especialista da área da Astronomia, desmistificando também a ideia divulgada na Internet que o Elenin facilite o aparecimento de catástrofes naturais, como tsunamis, porque simplesmente a força da gravidade exercida sobre a Terra pelo cometa “é mínima”, sendo, na prática, essencialmente nula.

Mas o fenómeno na Internet sobre o cometa Elenin é de tal ordem que até já se compara aquela bola de gelo sujo com um diâmetro entre os três e os cinco quilómetros, a uns eventuais Planeta X ou ao Planeta Vermelho, recorrendo a místicas interpretações de antigas hipóteses científicas já há muito refutadas.

A chegada de uma nave espacial com uma civilização alienígena também são conjecturas que se podem ler em vários sítios da Internet quando se faz uma pesquisa por “cometa Elenin” e há sítios virtuais que referem que os russos decidiram aumentar o número de abrigos em bases subterrâneas como um plano de emergência à passagem do Elenin.

Há outros sítios na Internet que indicam que a NASA está num nível de alerta máximo e que a FEMA (Federal Emergency Management Agency), começou a instalar câmaras de vigilância nos EUA para capturar a “queda de meteoritos”.

Especulações incorrectas

O cientista Don Yeomans, da NASA, afirma que se têm “verificado especulações incorrectas sobre o alinhamento do Elenin com outros corpos celestiais”. No documento da agência espacial lê-se também que o tamanho do cometa é “modesto”, apresentando um diâmetro entre três a cinco quilómetros, e que não oferece “ameaça à Terra”.

O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) também defende que a passagem do cometa não terá “nenhuma influência na Terra”, nem “causará escuridão”, porque o cometa nem sequer “cruzará o disco solar e mesmo que cruzasse é tão pequeno e está tão longe que não se notaria diferença no brilho aparente do Sol".

“Os cometas são objectos muito pouco densos – são uma mistura de rocha e gelo - e não têm nenhum tipo de influência gravitacional significativa” sobre nós, esclarece Nelma Alas, do CAUP. O Núcleo de Divulgação do centro informa ainda que nem sequer se sabe ainda se o cometa Elenin será visível a olho nu no céu nocturno. “Pensa-se que com uns bons binóculos se conseguirá observar, mas é claro que também é necessário um bom céu – sem nuvens e sem poluição luminosa”, indica Nelma Silva, do NDCAU, recordando, por exemplo, que o cometa Hale-Boop, o mais brilhante das últimas décadas, foi bem visível em 1997 a olho nu.

Portugueses criam o feixe de raios gama mais brilhante do mundo

Por Susana Lage
Nuno Lemos e João Mendanha Dias
Nuno Lemos e João Mendanha Dias
Nuno Lemos e João Mendanha Dias utilizaram o laser mais intenso do mundo para criar o feixe de raios gama mais brilhante jamais produzido em laboratório. O feito abre novas perspectivas em aplicações na medicina como o tratamento do cancro e a imagiologia médica.

Em entrevista ao Ciência Hoje, a equipa do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) do Instituto Superior Técnico (IST), explica que fez este trabalho numa colaboração com a Universidade de Strathclyde e o Laboratório Rutherford Appleton, Reino Unido. Os resultados foram publicados esta semana na revista Nature Physics.
“Nunca ninguém tinha proposto uma experiencia para produzir raios gama”, afirmam.

A fonte de raios gama criada tem um brilho mais de mil biliões de vezes superior ao emitido pelo Sol. As características únicas, como a elevada coerência espacial, alto brilho e duração ultra-curta, podem abrir novos caminhos em várias aplicações tão diversas como biologia, ciências dos materiais, física nuclear, segurança ambiental e medicina.

Próximos passos

Existem dois tipos de abordagem para o futuro desta investigação, como a produção de “raios gama ainda mais energéticos para o estudo de reacções nucleares”, uma aplicação mais fundamental no plano da investigação científica, referem Nuno Lemos e João Mendanha Dias.

Outra abordagem passa por “desenvolver as características desta fonte como um género de laser de raios gama”, onde poderá ser aplicado em várias áreas como, por exemplo, o tratamento do cancro, imagiologia médica, produção de isótopos para PET (Tomografia de Emissão de Positrões), e monitorização da integridade de resíduos radioactivos.

Segundo os cientistas, “este trabalho, ao demonstrar a geração de radiação gama através aceleradores laser-plasma compactos e comparativamente de baixo custo abre a possibilidade à proliferação a este tipo de aplicações até agora muito restrito”.

Exemplo de um acelerador laser-plasma simulado
Exemplo de um acelerador laser-plasma simulado
Aceleradores laser-plasma

As fontes de raios gama ultra-brilhantes permitem sondar matéria densa como por exemplo verificar a integridade de resíduos nucleares armazenados. Para além disso a característica ultra-curta na sua duração permite o estudo de fenómenos ultra rápidos da estrutura da matéria à escala nuclear.

O princípio utilizado para criar o feixe de raios gama baseia-se no conceito de aceleradores laser-plasma, técnica em que a equipa portuguesa trabalha há vários anos. "Na natureza, se acelerarmos partículas carregadas, como os electrões, estas emitem radiação. Nesta experiência, os electrões são capturados numa cavidade de iões deixada pelo rasto de um impulso laser muito intenso a propagar-se num plasma (gás ionizado). Aqui, são acelerados até altas energias, atingindo velocidades próximas da luz", explicam os investigadores do IPFN.

Após serem acelerados nesta cavidade, alcançam o impulso laser obtendo ainda mais energia ao interagir com este, começando a oscilar fortemente. "Este forte movimento oscilatório de electrões altamente energéticos permite-nos aumentar a energia da radiação emitida até ao nível dos raios gama", continuam.

Este tipo de aceleradores, denominados aceleradores laser-plasma, baseia-se em impulsos laser de alta potência que se propagam num plasma, conseguindo acelerar partículas carregadas até energias muito altas num espaço muito curto. "Graças a isto, é possível reduzir os aceleradores convencionais com mais de 100 metros de comprimento para uma dimensão que cabe na palma da mão", concluem.

domingo, 18 de setembro de 2011

Pensamento do dia

"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. 

George Winter: Prémio europeu para investigador português

Rui Reis, investigador da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, foi galardoado com a principal distinção da Europa na área dos Biomateriais – o George Winter Award, atribuído pela European Society for Biomaterials (ESB) e que se destina a reconhecer, encorajar e estimular contributos notáveis para a investigação na área dos biomateriais.

Insistiu em salientar que "este prémio carreira" destaca, igualmente, "o contributo da restante equipa de investigação na área de regeneração de tecidos", com materiais naturais aplicados em células estaminais. Materiais naturais como amido de milho ou soja e quitina – um polímero equivalente ao colagénio que pode ser encontrado em derivados de camarões ou lagosta –, algas mineralizadas (verdes e em corais) são alguns dos biomateriais mais utilizados para a criação de osso e cartilagem, segundo explicou ao «Ciência Hoje» (CH).
Os materiais de origem marinha são combinados e utilizados "como suporte de células estaminais para a regeneração, em cultura de células, no domínio de defeitos ósseos ou tecidos".

No entanto, os projectos deste cientista vão ‘de vento em popa’, já que conta já com mais de uma dezena de patentes registadas e “a investigação está cada vez mais próxima da aplicação clínica” – estando, entretanto, apenas a ser aplicada em pequenos e grandes animais. O trabalho de Rui Reis já saiu do laboratório e “está numa empresa que conta com capitais de risco e alguns investidores privados”.

Os materiais, em termos empresariais, ainda “não são comercializados para pacientes humanos”, por falta de regulações nacionais e europeias, mas “estarão disponíveis a outros laboratórios que os possam usar”, avançou ainda ao CH.

Com 44 anos, Rui Reis torna-se um dos galardoados mais jovens a receber esta distinção, já que “costuma ser atribuída a cientistas aposentados ou em vias disso”. O prémio será entregue, no próximo dia 7, durante a conferência anual de biomateriais da sociedade, em Dublin, na Irlanda, com a presença de mais de mil investigadores de todo o mundo.