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sábado, 2 de julho de 2011

Descoberto quasar mais distante que se conhece

Objecto pode ajudar na compreensão dos buracos negros

Ilustração do quasar ULAS J1120+0641 (Créditos: ESO)
Ilustração do quasar ULAS J1120+0641 (Créditos: ESO)
Astrónomos europeus descobriram o quasar mais distante encontrado até ao momento a partir de observações realizadas com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), instalado no Chile, revela um estudo hoje publicado na “Nature”.
De acordo com os resultados do estudo facultados por Richard Hook, porta-voz do ESO de Garching, no sul da Alemanha, trata-se do objecto mais luminoso descoberto até agora no universo primordial, que é alimentado por um buraco negro que possui dois mil milhões de vezes a massa do Sol.
“Este quasar é uma evidência vital do universo primordial. É um objecto muito raro que nos ajudará a perceber como cresceram os buracos negros supermassivos em poucas centenas de milhões de anos depois do Big Bang”, disse Stephen Warren, líder da equipa de astrónomos.
A luz deste quasar, chamado ULAS J1120+0641, demorou 12,9 mil milhões de anos para chegar aos telescópios da Terra, por isso é visto como era quando o universo tinha apenas 770 milhões de anos.
Anteriormente já se tinha confirmado a existência de objectos ainda mais distantes, como uma explosão de raios gama e uma galáxia, mas o quasar recém-descoberto é centenas de vezes mais brilhante que os anteriores. “Demorámos cinco anos para encontrar este objecto”, afirmou Bram Venemans, um dos autores do estudo, em referência à nova descoberta.
“Este quasar representa uma oportunidade única para explorar uma janela de 100 milhões de anos na história do cosmos que até agora não estava ao nosso alcance", ressaltou ainda o investigador.
Segundo Daniel Mortlock, principal autor do estudo, “encontrar este objecto envolveu uma busca minuciosa, mas o esforço valeu a pena para poder desvendar alguns dos mistérios do universo primitivo”.
O brilho dos quasares, dos quais se acredita que sejam galáxias distantes muito luminosas alimentadas por um buraco negro supermassivo no seu centro, transforma-os em poderosas luzes que podem ajudar a obter informações sobre a época em que foram formadas as primeiras estrelas e galáxias.

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