Trepadeira já era utilizada para tratar gonorreia

Três dos investigadores participantes na expedição de 2005 a Timor (Paulo Silveira à direita)
Esta descoberta surgiu nano âmbito do projecto "Contribuição para a gestão dos recursos florísticos de Timor-Leste", que decorreu entre 2004 e 2006 e que contou com a colaboração das universidades de Aveiro e de Coimbra, do National Herbarium Nederland e da Leiden University Branch, ambos na Holanda, e da Universidade Nacional de Timor-Leste.
A planta da família Convolvulaceae, à qual pertence a batata doce, foi detectada pela investigadora Ana Rita Simões, cujo mestrado é orientado por Paulo Silveira e coordenado por Helena Silva, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA). Os resultados desta investigação foram publicados na revista científica do herbário nacional holandês - “Blumea”.
Segundo Paulo Silveira, ainda há poucos dados sobre esta trepadeira de flores brancas que recorre a outras plantas para trepar e procurar a luz que precisa. “Sabemos que em Timor tem um uso medicinal para o tratamento da gonorreia, mas não sabemos muito mais”, declarou ao «Ciência Hoje».
Embora esta equipa tenha estado em Timor Leste por duas ocasiões e tenha feito o levantamento de 750 espécimes, esta recém-descoberta foi feita no herbário de Leiden, na Holanda, onde está patente uma colecção de amostras da flora timorense. Paulo Silveira frisou que estava identificada como outra espécie. No entanto, quando foi estudada com maior detalhe, os investigadores aperceberam-se que a sua morfologia não “encaixava nas espécies descritas”.
A equipa portuguesa acredita que a distribuição da planta pode alargar-se a Timor Ocidental, no entanto, para se certificarem disso e perceberem quais as áreas aparentemente mais adequadas à ocorrência da planta, terão de fazer novas expedições ao local. “Ainda não conseguimos encontrar a localização geográfica, mas as plantas não conhecem fronteiras políticas, pelo que esta deverá pertencer a toda a ilha de Timor”, que é muito semelhante do ponto de vista das suas caraterísticas ecológicas, referiu.
Este trabalho de investigação foi alargado a toda a ilha de Timor. “Pensamos que seria mais adequado e que o estudo ficaria mais completo”, sublinhou Paulo Silveira, acrescentando que o estudo serve também os interesses timorenses, no sentido de se ajudar a encontrar “uma forma sustentável de desenvolvimento e uma valorização e utilização adequada dos recursos florísticos”.
“O livro tem várias informações das plantas, como o seu uso medicinal. Baseia-se na informação recolhida no projecto. São tratadas 59 espécies, algumas com distribuição ao nível mundial e outras autóctones”, adiantou Paulo Silveira.No decorrer deste projecto, a mesma equipa já publicou, em 2008, a descoberta de outras quatro novas espécies da família Orchidaceae (orquídeas). Agora, os investigadores desejam que o “estudo seja continuado, com publicações sobre outras famílias, de forma a completar o trabalho já realizado, visto que os estudos em sistemática são fundamentais para outros” que se possam seguir sobre as propriedades destas plantas. De acordo com o orientador deste trabalho, ja há estudos nesse campo, mas ainda não há nada publicado.
Paulo Silveira destacou a importância deste projecto para o conhecimento da flora timorense, isto é, para se saber quais as espécies que são endémicas e quais as ameaçadas, de forma a definir áreas de protecção. “Em Timor ainda há muitas espécies por conhecer e que até podem ser úteis ao homem do ponto de vista medicinal", afirmou, sublinhando que este estudo tem também um forte cariz etnobotânico, no sentido de tirar partido e estudar as potencialidades das plantas a nível medicinal, alimentar e outros.
Segundo Paulo Silveira, ainda há poucos dados sobre esta trepadeira de flores brancas que recorre a outras plantas para trepar e procurar a luz que precisa. “Sabemos que em Timor tem um uso medicinal para o tratamento da gonorreia, mas não sabemos muito mais”, declarou ao «Ciência Hoje».

Ilustração da 'Argyreia paivae'
A equipa portuguesa acredita que a distribuição da planta pode alargar-se a Timor Ocidental, no entanto, para se certificarem disso e perceberem quais as áreas aparentemente mais adequadas à ocorrência da planta, terão de fazer novas expedições ao local. “Ainda não conseguimos encontrar a localização geográfica, mas as plantas não conhecem fronteiras políticas, pelo que esta deverá pertencer a toda a ilha de Timor”, que é muito semelhante do ponto de vista das suas caraterísticas ecológicas, referiu.
Este trabalho de investigação foi alargado a toda a ilha de Timor. “Pensamos que seria mais adequado e que o estudo ficaria mais completo”, sublinhou Paulo Silveira, acrescentando que o estudo serve também os interesses timorenses, no sentido de se ajudar a encontrar “uma forma sustentável de desenvolvimento e uma valorização e utilização adequada dos recursos florísticos”.
As árvores e arbustos de Díli
Deste projecto também resultará o lançamento de um livro «As árvores e arbustos de Díli», que incluirá descrições, fotografias, nomes vernáculos e usos medicinais das árvores e arbustos das artérias urbanas de Díli.“O livro tem várias informações das plantas, como o seu uso medicinal. Baseia-se na informação recolhida no projecto. São tratadas 59 espécies, algumas com distribuição ao nível mundial e outras autóctones”, adiantou Paulo Silveira.
Paulo Silveira destacou a importância deste projecto para o conhecimento da flora timorense, isto é, para se saber quais as espécies que são endémicas e quais as ameaçadas, de forma a definir áreas de protecção. “Em Timor ainda há muitas espécies por conhecer e que até podem ser úteis ao homem do ponto de vista medicinal", afirmou, sublinhando que este estudo tem também um forte cariz etnobotânico, no sentido de tirar partido e estudar as potencialidades das plantas a nível medicinal, alimentar e outros.
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