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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

PARVOICES DE UM COMANDANTE DE POSTO DA GNR - PARTE II

Um dia, cerca das 20h00, encontrando-me de Patrulha às Ocorrências, (acompanhado do Cabo Gouveia) recebi uma comunicação via rádio a informar para nos dirigirmos ao "Café do Pedro", pois havia lá problemas. Disse ao Cabo Gouveia (motorista) para nos dirigirmos para o local. Lá chegados, verifiquei que um indivíduo de meia idade se encontrava prostrado no chão e um jovem com o joelho no ventre mantinha-o inerte. Ordenei ao jovem que largasse o indivíduo, o que prontamente obedeceu. Reparei que o jovem sangrava de um dedo da mão e disse-lhe para ir ao Hospital curar-se, o qual me respondeu que não era necessário. Disse aos dois e testemunhas para me acompanharem ao Posto. Lá chegados disse ao Cabo Gouveia para os identifica, enquanto eu como Comandante da Patrulha procurava contactar o Procurador de turno, o que não consegui. Liguei para um Procurador amigo que me aconselhou no procedimento. Ouvi a versão de cada um.
O senhor de mais idade, arquitecto, disse-me que estava a fazer manobras para estacionar defronte ao café e que o jovem não respeitara a sua prioridade de estacionar, intrometendo-se no estacionamento, e que, num acesso de raiva atravessou a estrada e foi a casa buscar um revolver inutilizado e uma machada. Ouvi o jovem que me confirmou a versão. Ouvi também as testemunhas. Com base nos depoimentos disse aos intervenientes que podiam ir embora pois no dia seguinte daria conhecimento dos factos ao sr. Procurador- Adjunto da Comarca. Assim fiz. Elaborei o auto de notícia e coloquei-o em cima da secretária do Cmdt de Posto.
No dia seguinte o Sr. Cmdt de Posto chamou-me e disse-me que como sempre só fazia asneiras, pois o serviço estava mal feito. Perguntei-lhe porquê?.
Respondeu-me Ó seu c..........se você ver um indivíduo a bater-me, não é obrigado a detê-lo?
Retorqui-lhe, não Comandante, o senhor até pode gostar de levar porrada. Agora se o senhor me disser: Sr. Guarda prenda-me este individuo pois quero procedimento criminal - assim está bem.
Não conseguia convencer o homem. Até que lhe disse quem me dissera para proceder assim. Baixou a cabeça e disse.......se ele (Procurador) disse isso então é porque está bem.

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