Um dia ao entrar de serviço de Patrulha às ocorrências, no horário 21/01, fui confrontado pelo Atendimento ao Posto, Cabo Gouveia, (quem haveria de ser?) dizendo-me que se encontrava no Posto (bar) um indivíduo brasileiro e que não sabia o que fazer com ele. Disse-lhe que não tinha nada a ver com isso, pois até estava de Patrulha às Ocorrências. Insistiu, dizendo-me que quando entrou de serviço às 17h00, o indivíduo já lá estava, e que, o Soldado Matos, que ele rendera às 17h00, já tinha contactado a GNR e a PSP de V.N.de Famalicão. Por conseguinte o dito individuo já se encontrava no Posto há pelo menos 4h00. Fiquei indignado.
Disse-lhe para ir buscar o indivíduo, ao que ele prontamente anuiu.
Era um indivíduo alto e de cor. Pedi-lhe o passaporte e perguntei-lhe o que se tinha passado.
Respondeu-me que o pai era uma pessoa muito rica e que viera passar umas férias a Portugal. Instalou-se em Lisboa, e, nesse dia resolveu vir a V.N. Famalicão para tirar umas fotografias. Desconfiei, e disse-lhe: Muito bem, Famalicão é uma terra muito bonita e tem muitos monumentos.
Ficou nervoso, voltei a perguntar-lhe o que se tinha passado e o porquê de vir a Vila Verde. Abriu o jogo, disse-me que tinha um amigo de infância em Vila Verde e que viera de táxi ter com ele, e, quando chegou junto ao restaurante Martins, junto à rotunda do Bom Retiro. Pagou a corrida e o taxista pôs-se em fuga levando-lhe uma pasta que, continha uma determinada quantia em dinheiro e, pasme-se 15 pares de calças e 3 camisas. Perguntei-lhe a marca e cor do táxi, não me soube responder, pedi-lhe que me descrevê-se a fisionomia do taxista, disse-me que era um indivíduo da mesma estatura que eu, com pêra, etc., etc. Vi logo que estava a mentir. Pedi-lhe o telemóvel, e verifiquei as últimas chamadas que fizera. Liguei para alguns n.ºs, ninguém atendeu. Também liguei para a GNR de V.N. de Famalicão, ainda estou à espera de resposta. Liguei para a PSP, o graduado de serviço disse-me que já tinham ligado de tarde mas que não lhes tinham dado um tipo retrato robot do taxista. Disse-me que ia enviar a patrulha à praça de táxis e que depois me informaria. Disse ao Cabo Gouveia para o levar o cidadão para o bar, enquanto eu abria o MEU computador e preenchia um formulário que enviei para o SEF do aeroporto Sá Carneiro. No entanto chegou a resposta da PSP de Famalicão a informar que o suposto taxista era um indivíduo de uma freguesia conhecida, e, suspeito de ser um traficante de droga. Expliquei ao polícia que o que o brasileiro disse era tudo mentira, pois ele disse-me que queria era que a Guarda o levasse à paragem do expresso, falasse com o motorista, e, como não tinha dinheiro, pagaria em Lisboa. Já passava das 23h00, chegou a resposta do SEF informando que o cidadão não tinha qualquer referência no "Espaço Shengen". Avisei o Atendimento (Cabo Gouveia), este, candidamente perguntou-me - e agora Monteiro, o que vamos fazer?. Respondi-lhe, tu, como Atendimento, substituis o Cmdt de Posto, se não sabes o que deves fazer, telefona ao Cmdt. Depois de umas hesitações, telefonou. O Cmdt mandou-me chamar. Perguntou-me o que se estava a passar, explique-lhe. Perguntou-me, (pasme-se), Monteiro, o tipo é perigoso!!!, retorqui-lhe: Meu Ajudante, o indivíduo não tem nada escrito que diga que é perigoso. Ordenou-me (pasme-se) que lhe passasse o telefone. Depois de uma amena cavaqueira com o cidadão brasileiro, este, calma e serenamente, abandonou o Posto e foi sentar-se num banco à entrada do Posto. Passado dias, abordei a questão com o cmdt, e, mais outra, disse-me que estava chateado comigo e com o Gouveia, pois disse, devíamos ter-lhe perguntado o porquê dele ter mandado o homem embora.
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